22 de fev |
“De onde eu tirei a ideia de que um homem dar um tapa na cara de uma mulher era crime, mas o contrário era aceitável?” foi a pergunta, quase sem resposta, que fez a Natalia Milano repensar nos ideais que estamos cultivando na nossa cultura e criar uma campanha contra o tapa na cara. Uma agressão comum que muitas vezes aparece como argumento nas discussões e que não deve ser incentivada.
A campanha viralizou nos EUA e virou tema de vários vídeos e comentários, em um artigo sobre o assunto Natalia conta que sempre achou normal dar um tapa na cara de um homem vez ou outra, mas que quando bateu em seu namorado ele disse basta e seguiu com três belos argumentos.
“Meu namorado é uma pessoa razoável e argumentou que não era justo eu bater nele por três motivos: 1- Ele se sentia humilhado 2- Ele não podia retrucar 3- A máxima é de que ninguém pode bater em ninguém. Foi aí que me dei conta de que ele tinha absoluta razão.”
Para ela, a ideia de que a mulher pode bater em um homem, enquanto o contrário é crime, só reforça a ideia do sexo frágil. “A mulher pode bater porque ela não machuca, ela é fraca. Um estereótipo do qual estamos tentando nos desvincular há tanto tempo.”
De acordo com estudos uma em cada sete mulheres de 15–22 anos nos EUA admite bater em seu parceiro, comparado a apenas um em cada 20 homens. Esse comportamento vem da influência gigantesca que sofremos da cultura pop em nossas atitudes. Segundo a autora da campanha, desde pequenos somos ensinados pelos filmes e seriados que tal comportamento é uma forma de argumentação, mas “tapa na cara não é argumento, é desrespeito e por mais que a gente veja no Cinema e na TV, não devemos reproduzir este comportamento na vida real.”