27 de abr |

Quando nós mulheres vamos escolher um look, normalmente muitas questões passam na nossa cabeça, e boa parte delas não tem a ver com a moda em si, ou com qual peça combina com o que.
“Mulher e roupa” traz junto uma discussão política de gênero. De acordo com a pesquisa “Chega de Fiu-Fiu”, 90% das mulheres já trocaram de roupa pelo menos uma vez antes de sair de casa por medo de sofrer assédio. Quando se trata do local de trabalho, a indecisão sobre as peças é ainda maior. Não dá pra dizer que falamos só de moda quando 30% dos homens afirmam que a mulher que usa “roupas provocativas” não pode reclamar se for estuprada.
Passamos muito tempo consumindo dicas sobre roupas para o ambiente corporativo, mas as questões tratadas não são exatamente sobre estilo.
Qual o comprimento certo da saia? Qual calcinha não vai marcar? Qual salto usar para ficar mais elegante? Como parecer jovem, mas não tão jovem a ponto de parecer inexperiente?
Qualquer peça mais decotada ou mais justa pode dar a impressão de que estamos querendo provocar, por outro lado a falta de maquiagem ou de acessórios pode dar a impressão de desleixo. São coisas demais para pensar, enquanto homens colocam uma camisa, uma calça e são vistos como o máximo da elegância.
Parece até que se vestir “adequadamente” para trabalhar é um objetivo impossível para as mulheres. É difícil admitir mas não existe uma roupa que irá nos ajudar a sermos mais respeitadas e ouvidas quando o problema é bem mais profundo.
Precisamos repensar o que realmente é aceitável ser cobrado quando falamos de roupas femininas.
Agora conta pra gente, já sentiu a pressão do dress code no espaço de trabalho?